Muitas ervas pertencem ao sistema cultural dos vários territórios, não só os italianos, definindo assim a capacidade do homem de se adaptar e beneficiar do que o rodeia e que a natureza, ao longo dos séculos, lhe pôs à disposição. o mundo vegetal, justamente por isso, acho que é um dos exemplos mais significativos do que foi dito: não só as ervas, também as flores e as diferentes partes das plantas sempre foram usadas na culinária, na medicina e no cuidado do lar. Algumas delas, porém, apresentam características particulares: dificuldade em serem tratadas ou coletadas, semelhança com espécies perigosas, laboriosidade dos processos de transformação; EU’ urtiga sem dúvida se enquadra nesse discurso.

É de facto uma planta muito utilizada na cultura camponesa, sob vários aspectos: curativa, alimentar mas também para fazer tecidos. Seu uso está consolidado na história, aliás já era usado e consumido na antiguidade por gregos e romanos. De fato, tudo isso é documentado também graças aos escritos de numerosos pensadores e escritores antigos: Aristófanes O dramaturgo grego, por exemplo, escreveu que ela era muito amada por seus compatriotas.
Basicamente, as folhas da urtiga foram coletadas no início da primavera, portanto, antes da floração. Durante séculos foi utilizado em várias preparações gastronómicas em muitos territórios italianos. Ainda outro escritor antigo, Petrôniotambém documentou seu uso como meio de punição, prática que sobreviveu até o século passado como demonstra o filme “A iniciação“de 1987 dirigido por Gianfranco Mingozziem que o impertinente mestre Roger é punido por sua ousada curiosidade por meio de um molho de urtigas.
No entanto, os destinos mencionados não são os únicos presentes no mundo cultural, em diferentes casos a literatura tem de fato documentado sua profunda ligação com o homem. No trabalho de Lev Tolstoi “Ana Karenina“contém, por exemplo, uma citação sobre seu uso.
Afinal, mesmo em nossos territórios, como mencionado acima, há muitos usos gastronômicos para esse vegetal: risotos, sopas, panquecas salgadas, cremes, omeletes e tortas, as alternativas desenvolvidas ao longo do tempo são tantas e variadas, todas enxertadas mas nos sistemas culturais e culinários das diferentes áreas e, sobretudo, nas diferentes tradições históricas que caracterizam as respectivas cozinhas.

Mas seus usos certamente não param por aí: as folhas e flores são usadas na preparação de chás de ervas, como também documentado Apício, antigo gastrônomo romano, cozinheiro e escritor; além disso, no passado era usado para o bem-estar do cabelo e como anti-inflamatório.
A sua presença também faz parte (aspecto muito curioso) na preparação de queijos ou, em geral, de produtos lácteos. O caso mais conhecido é o Goudao queijo mais conhecido e consumido na Holanda, feito com leite de vaca integral e coalho animal, com uma maturação que varia entre um mínimo de um mês e um máximo de três anos.
Outro uso curioso é a produção de tecidos, prática ligada sobretudo ao passado, quando a falta de certas matérias-primas obrigava a maioria das pessoas a se reinventar, utilizando o que o território podia oferecer. Foi usado, por exemplo, pelos soldados de Napoleão e em outros países para lidar com a escassez de algodão. Hans Christian Andersenescritor e poeta dinamarquês do século XIX, no conto de fadas”Os cisnes selvagens“de 1838, provável reelaboração de outro dos Irmãos Grimm, faz com que a princesa use um casaco feito de tecido de urtiga, a fim de quebrar o feitiço que subjuga seus irmãos.
Uma planta considerada banal, muitas vezes uma erva daninha, mas que tem um grande potencial e que a história nos ensinou não só a apreciar mas sobretudo a conhecer e utilizar. Nos últimos anos tem sido cada vez mais alvo de atenção não só pela sua adequação a múltiplos usos, mas também porque não requer cuidados ou tratamentos especiais. capina e fertilização. Um verdadeiro vegetal verde que pode nos ajudar a combater o desperdício, salvar tradições esquecidas e, por último, mas não menos importante, cuidar da terra em que vivemos.