O mundo do azeite na arte: artesanato, territórios e produtos.

O mundo do azeite na arte: artesanato, territórios e produtos.

A arte do azeite.

EU’azeite é um produto que, como pude documentar em numerosos estudos anteriores, está profundamente Mediterrâneo e às terras que a dominam com as inúmeras culturas e populações que se sucederam ao longo dos séculos. Esse vínculo profundo influenciou inevitavelmente os vários aspectos da vida e da cultura; a arte é um dos exemplos mais significativos. Nela nosso protagonista não está presente de maneira uniforme, mas extremamente variado também (e sobretudo) graças à heterogeneidade que o caracteriza e que faz parte dos diferentes aspectos que o compõem. O tempo, as diferentes culturas e religiões, mas também a geografia, enriqueceram muito tudo isso com significados às vezes até contrastantes; especialmente na arte.

Símbolos artísticos de um produto.

O próprio ato de produzir petróleo é uma arte que cada território e cultura desenvolveram com características próprias, entendendo sua importância na economia, mas também nos sistemas alimentares, principalmente nos locais adequados a essa produção. Em outros, porém, era um bem precioso, destinado a ocasiões especiais.

Também deve ser reconhecido que a própria planta, a oliveira, é real escultura natural vivaum ser sinuoso e longevo que sempre fascinou os artistas que o incluíram em suas obras como símbolo de virtude, apego à terra e aspirações.

(Vincent van Gogh, 1889, Zurique, coleção particular)
Afinal, a presença do azeite e da azeitona é muito forte também na literatura e até em inúmeras religiões, sob diferentes aspectos. Na Grécia antiga os mitos sobre eles são muitos, um estudo específico não seria suficiente para descrevê-los todos. O azeite é então mencionado na Bíblia mais de duzentas vezes, não só para usos rituais, mas também para usos cotidianos ou como portador de inúmeros significados. Este conjunto muito complexo de símbolos presentes no Antigo e no Novo Testamento é, sem dúvida, também documentado pela arte através da representação das inúmeras passagens bíblicas que o têm como protagonista. Em geral, porém, neste campo a oliveira é sobretudo um símbolo de paz e de aliança, a dois níveis: o primeiro é aquele entre Deus e os homens que tem o ramo de oliveira como exemplo mais conhecido após a terrível experiência do Inundação. ; a segunda é do homem com seus semelhantes, o exemplo mais conhecido nesse sentido é Judite com um ramo de oliveira como símbolo de paz após a morte de Holofernes, rei assírio. Nosso protagonista é, portanto, o símbolo concreto da aliança, especialmente aquela entre a divindade e a natureza humana, como evidencia o primeiro trabalho deste estudo em que, na parte central, o arcanjo não segura um lírio nas mãos como no costume iconografia, mas um ramo de oliveira para simbolizar o pacto novo e definitivo que Deus estipula com a humanidade por meio de Maria.

(Andrea Solari, Maria Maddalena, Walters Art Museum,
Baltimore, Estados Unidos)
A representação do óleo em pinturas de matriz sagrada tem também a função, voluntária ou involuntária, de documentar os usos e significados de que é protagonista nas liturgias cristãs: unção real e profética, símbolo de consagração mas também, misturada com perfumes essências, bálsamo para aliviar o sofrimento, perfumar convidados importantes ou até preparar corpos para ritos fúnebres. Conforme bem documentado pela obra de Andrea Solari que quis inserir aqui acima, o óleo é usado pelo santo em textos evangélicos precisamente para estes fins, de modo a tornar-se o seu símbolo.

A arte documentou então, como referi no início deste estudo, a presença da oliveira nos territórios e, consequentemente, os trabalhos que lhe estão associados: poda, apanha da azeitona mas também a festas de petróleo novo celebrada ao ar livre, enfim, tem exaltado a vida humana que se entrelaça ao longo do tempo com esta planta e o produto dela derivado.

(Osias Beert, Natureza morta com morangos, cerejas e azeitonas, 1608,
Gemaldegalerie, Berlim)
(Jean-Baptiste-Siméon Chardin, Natureza morta com pote de
azeitonas, 1760, Louvre, Paris)

Por fim, a presença que desejo mencionar através das duas últimas obras que incluí é a que naturezas mortas. Nesta grande veia da arte, o azeite e a azeitona são muitas vezes alimentos do quotidiano, sinónimo do quotidiano e da vida rural. No último trabalho ao lado do paté terrine, prato simbólico da cozinha francesa, estão o vinho tinto, a fruta, a requintada manteigueira de porcelana, mas também o frasco com azeitonas conservadas em salmoura, alimento de referência à terra mas sobretudo ao simbolismo da comida mediterrânea retratada.

Valores simbólicos, sociais e culturais que atestam como o mundo do azeite está fortemente ligado ao homem e à sua história ao longo dos séculos mas também expressão de territórios e manifestações humanas culturais, sociais e religiosas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *